Candidato
 autoproclamado ao governo do Rio, senador dará início quinta-feira às 
caravanas estaduais, com o objetivo de rodar todas as cidades até 2014
A corrida pelo governo do Rio de 
Janeiro, antecipada pela disputa entre PT e PMDB, tende a esquentar ao 
longo da semana. Para fazer frente à série de inaugurações e aparições 
públicas do vice-governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, candidato de 
Sérgio Cabral, o senador Lindbergh Farias, do PT, cairá na estrada a 
partir da próxima quinta-feira. O petista dará início a uma reedição das
 caravanas de Luiz Inácio Lula da Silva, mas em uma versão estadual. 
Lindbergh rodará o Rio de Janeiro para detectar problemas que ajudarão 
na elaboração de um plano de governo e, claro, mostrar o rosto aos 
eleitores. É um caminho sem volta no racha entre PT e PMDB, que andaram 
de braços dados nos sete anos de governo Cabral.
Nesta semana, o senador apareceu em 
inserções na TV, dando o tom que deverá adotar na campanha: "Está 
chegando o melhor momento do Rio", disse. Um dos principais motes de 
Lindbergh será o investimento em regiões mais pobres do estado. Na TV, 
ele mandou o recado. "É preciso diminuir a distância que separa o Rio 
pobre do Rio rico". Não à toa, a primeira viagem do senador pelo estado 
terá como destino Japeri, o município de pior IDH do Rio de Janeiro – em
 uma clara tentativa de, sem criticar Cabral diretamente, mostrar os 
problemas de um estado com profundas diferenças sociais entre a capital e
 as cidades periféricas.
Lindbergh ficará de quinta a sábado em 
Japeri, na Baixada Fluminense. Passará uma das noites no município e 
acompanhará aqueles moradores que precisam acordar cedo e percorrer 
cinco quilômetros até chegar à estação de trem que os leva à cidade do 
Rio para trabalhar. "Não queremos ir para as cidades e criticar o que 
está sendo feito pelo governo. A nossa ideia é aproximar o partido da 
população e ela sentir que está sendo ouvida", diz o presidente do 
PT-RJ, Jorge Florêncio. Antes da ida de Lindbergh, que também incluirá 
visita à igreja, uma equipe precursora de 10 pessoas mapeia a cidade há 
duas semanas para melhor traçar os passos a serem dados pelo senador.
No fim de semana dos dias 22 e 23 de março, Lindbergh irá ao noroeste do estado e visitará aproximadamente dez cidades. É uma região rural pobre que tem tido problemas, sobretudo, com as enchentes. Nos dias 5 e 6 de abril, o desembarque é em Bangu, na zona oeste da cidade do Rio, onde ficam os presídios do estado. Em maio, visitará São Gonçalo - na região metropolitana, o segundo maior colégio eleitoral do Rio de Janeiro – e Irajá, na Zona Norte da capital. "Hoje, estamos em uma frente com o PMDB. Se não for possível unificar as candidaturas, aí poderemos vir a nos encontrar no segundo turno", diz Florêncio, complementando: "O partido apoiou dois mandatos do Cabral. Passar muito tempo sem lançar candidato significa não fazer debate programático com a população. Se não tiver candidato dessa vez, o PT corre o risco de se tornar uma sublegenda do PMDB no estado".
As caravanas são também uma tentativa de fortalecer o PT no Rio e avançar, além das áreas mais populares - onde a legenda considera ter maior adesão -, pela classe média. Das andanças, ficará pronto um projeto de governo do estado, processo liderado pelo deputado federal Jorge Bittar, que acompanhará Lindbergh nas viagens pelo interior. "O programa está em processo de elaboração. Há insuficiências no desenvolvimento econômico e grandes contrastes que precisam ser minimizados. Proporemos também que o Rio aproveite melhor a rede de instituições de pesquisa, que, atualmente, quase não dialoga com o setor produtivo local", afirma Bittar. "Para fazer o plano de governo, não adianta só pegar as estatísticas do IBGE. Japeri, nesse sentido, é um símbolo da desigualdade regional que ainda persiste no Rio", diz.
O principal compromisso do PT nas eleições do ano que vem será reduzir a desigualdade, o que implicará em promessas de melhorias nos serviços públicos nas cidades da Região Metropolitana e do interior, e no desenvolvimento da economia desses municípios. "Respeitamos muito o Cabral, o Paes e o Pezão. Nossa candidatura não é para dar o contra. É uma candidatura madura que oferecerá uma alternativa segura. Temos o direito de nos apresentar à sociedade", afirma Bittar.
Fonte: http://veja.abril.com.br/Cecília Ritto do Rio de Janeiro







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