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quarta-feira, março 20, 2013

Moradores do Cobrex reclamam atenção

Luciana Mesquita
Dignidade. Uma única e simples palavra, mas que para os moradores do conjunto habitacional do Cobrex representa um sonho ainda tão distante. Junto com o marido e a filha, Eliete faz parte das 137 famílias que vivem sem condições mínimas de infraestrutura. São postes praticamente tombados, lixo espalhado pelas ruas há mais de 15 dias, que, diga-se de passagem, não têm nome, esgoto a céu aberto, mato alto, água parada, entre outros tantos problemas existentes no conjunto. 
“De todos os moradores daqui, se 10 trabalham de carteira assinada, é muito. O restante vive de ‘bico’. Durante a gestão passada, ainda éramos amparados. Mas, quando o Bornier assumiu... Acho que ele nem sabe que a gente existe, pois ele não entra aqui. Nós estamos abandonados, completamente abandonados aqui dentro”, reclamou a moradora, salientando que a maior preocupação são as crianças.
“Aqui tem mais criança do que gente grande. E elas brincam nessa água. Não entendem que é um risco para a saúde delas”, completou, apontando para a área de lazer, completamente largada e depredada pelos, segundo ela, viciados que se acomodam no único local de diversão para a criançada.
Eliete lembra que do total de famílias residentes no conjunto, 127 são oriundas de uma comunidade próxima, e outras 10, de área de risco. Ela ressalta que, por não poder contar com o apoio do poder público municipal, os moradores se unem e arrecadam dinheiro para que possam, pelo menos, amenizar os problemas cotidianos.
“Se a gente não cuida do lugar onde a gente mora, quem vai fazê-lo? Esperar pela administração pública não adianta, que não vem. Não temos ninguém para nos ajudar”, desabafou.
Sobre o poste de iluminação tombado denunciado pelos moradores, a redação do JORNAL DE HOJE entrou em contato com a concessionária de energia elétrica Light, e a mesma, através da Assessoria de Imprensa, informou que uma equipe foi enviada ao local e constatou que o poste citado não pertence à empresa, sendo de responsabilidade da Prefeitura do Município de Nova Iguaçu. Ainda de acordo com a concessionária, foi constatado que o poste da Light existente no local está em perfeitas condições.
Também contatada pelo JH, a Prefeitura de Nova Iguaçu, através da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, informou que um engenheiro será enviado ao bairro até o final da semana para obter um relatório técnico das reais condições locais.

Escola sem professores; posto sem saúde

Como se não bastassem os problemas com a estrutura, ou a falta dela, as mamães enfrentam a dificuldade imposta pela ausência de aula na creche e na escola municipal Herbert Mozart, a única do bairro. Segundo os moradores, as crianças estão sem aula desde o início do período letivo, já que na unidade não há água, gás e merenda para os alunos.
“Como não podemos deixar nossas crianças na creche, temos que nos ausentar do trabalho, ou então, levá-las para o ambiente de trabalho”, reclamou uma das mães.
Com um neto em idade escolar, Eliete ressalta que as diretoras e professoras da creche e da escola usam de recursos próprios para manter a higiene das instituições e para comprar alimento para a merenda da meninada.
"O pior é que não temos nenhuma satisfação. Quando levamos a criança para a escola, somos avisados 'hoje não tem aula', aí somos obrigadas a voltar. Como é que a gente fica?", questionou outra mãe.
Além da falta de aula para as crianças, os moradores do Cobrex lutam contra a falta de saúde no bairro, já que o posto de saúde não funciona, apesar de aberto, e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cabuçu, nem sempre tem médicos para prestar atendimento.
“Ele [o posto] fica aberto. Quase não tem médico. Na UPA não tem médico, e quando você vai lá é avisado que só tem atendimento de emergência”, desabafou. “Essa é a Nova Iguaçu diferente? O estado de calamidade pública na saúde continua, pouco ou nada mudou. Se mudou, foi para pior”, finalizou. 

FONTE: JORNAL HOJE

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