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quarta-feira, março 27, 2013

Brasil e China fortalecem cooperação bilateral durante Cúpula dos BRICS


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Durante reunião de ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais dos BRICS em Durban, África do Sul, nesta última terça-feira (26), o ministro de Finanças da China, Lou Jiwei, e o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, assinaram Memorando de Entendimento entre as instituições sobre Cooperação Bilateral em Políticas Macroeconômicas, Fiscais e Financeiras.
O memorando visa ampliar interesses comuns, impulsionando o desenvolvimento econômico e social de ambos os países, e promover um crescimento forte, sustentável e equilibrado da economia mundial.
Ainda no âmbito da cooperação bilateral, o Banco Central do Brasil e o Banco Popular da China anunciaram a criação de um acordo bilateral de swap de moedas no valor de R$ 60 bilhões ou CNY 190 bilhões, válido por três anos e com possibilidade de prorrogação mediante acordo entre as duas partes. Essa linha pretende facilitar o comércio bilateral entre os dois países.
Para o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), o acordo é muito positivo, especialmente por apontar na direção da diversificação das moedas no comércio internacional.  “O memorando é um passo fundamental no que diz respeito ao comércio bilateral, que poderá ser feito em moedas locais, dispensando o dólar. Do ponto de vista do comércio mundial, a diversificação de moedas é muito importante, já que não podemos ficar dependentes do dólar”, explicou Berzoini.
A busca do equilíbrio na pauta das relações comerciais, que poderá ser favorecida com esse memorando, foi destacada pelo deputado Pedro Eugênio (PT-PE). “As relações que o Brasil tem com a China já são muito profícuas e a assinatura desse protocolo ajuda ainda mais. Temos muitas coisas a discutir com a China e espero que, a partir desse memorando mais geral, possamos avançar para acordos mais específicos, de modo a estabelecer contrapartidas mais justas para equilibrar o comércio entre os dois países”, opinou Pedro Eugênio.
Já o deputado Claudio Puty (PT-PA) considera “uma pequena revolução” o conjunto de acordos e decisões tomadas neste encontro de Durban. “O que aconteceu nesta cúpula dos BRICS, associado à crise financeira, demonstra que o que cenário que vigorava desde o pós-guerra – com FMI, Banco Mundial, GATT, OMC e outras instituições que controlavam as finanças e o comércio mundial – ruiu completamente. A ascensão dos BRICS e a estagnação do centro do capitalismo é uma combinação oportuna que permite uma pequena revolução na correlação de forças mundial e na forma como o comércio é feito”, argumentou Puty.
“Antigamente o importador brasileiro precisava comprar dólar para poder comprar produtos da China e vice-versa. Agora, com as economias estáveis e em crescimento, com as moedas se fortalecendo, a possibilidade de realizar o comércio nas moedas locais, com regras próprias, de forma autônoma, é algo muito importante”, acrescentou o parlamentar paraense.
O estabelecimento desse acordo foi solicitado pelos líderes do Brasil e da China em sua declaração conjunta durante reunião na Rio +20, em  junho de 2012. O acordo sinaliza um maior nível de cooperação entre as duas autoridades monetárias e reflete a importância estratégica das relações econômicas bilaterais entre os dois países.
Rogério Tomaz Jr. com

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